quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Regressei com o Outono!

Passados dois anos, um mês e 3 dias em que nem mais uma palavra viveu no meu blog, eis-me de novo. Mas agora perdida ou melhor imune à dor, todo o tipo de dor. Alguém que goste de escrever precisa sentir dor. A dor faz-nos pensar, pesar prós e contras, distinguir o bem do mal.
Passados dois anos cresci ou melhor cresci na versão dos humanos.Passei a usar carapaça e por vezes deixar que a cabeça desenterre da areia, mas só por um bocadinho.Isto sim é viver!!! Andei enganada estes anos todos. Afinal na Primavera os passarinhos fazem os ninhos com mil cuidados para os seus filhinhos, as andorinhas regressam dos países quentes onde passaram o Inverno, as árvores em flor, as rosas em botão, as primeiras cerejas, os primeiros morangos,...deixando a ficção e passando à realidade, os passarinhos não têm filhinhos pois não encontram árvores para fazerem os ninhos, as andorinhas já não fazem os ninhos junto aos telhados, nem esvoaçam o céu chilreando pois o volume dos carros, dos rádios, dos telemóveis ou o silêncio de quem passa com o seu Mp3 ou o seu Ipod já não o permite.As árvores estão raquíticas da poluição, o seu tronco já não se ergue majestosamente, mas sim todo torto, desengonçado, as rosas já não têm cheiro e podem ser douradas ou prateadas, mas não nascem assim, já não se usam brincos de cerejas como no livro da "Anita e as 4 estações" ou sentados nas árvores os miúdos fazem concursos de caroços,o sabor dos morangos foi aniquilado e ...tudo vem de Espanha, até as andorinhas!!! Uma andorinha não faz a Primavera, um bando de andorinhas já não faz a Primavera. Mas tudo isto não interessa nada, estamos no Outono!
E mais livros alguns polémicos:
- Fúria Divina de José Rodrigues dos Santos;
- Caim de José Saramago;
- Que cavalos são aqueles que fazem sombra no mar? de António Lobo Antunes
P.S.: os últimos são os primeiros, fico pelo de Lobo Antunes, sempre perturbante, sempre sereno. Passo ao lado de Saramago que não soube envelhecer e já se esqueceu de como conseguiu a sua grande obra prima que tanto gostei "Memorial do Convento" e finalmente dou a mão à palmatória e enterro a cabeça na areia quando ouço Al-Qaeda.

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